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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por que é que o PS nunca chamou Marques Júnior a funções na pasta da Defesa?


Antena 1 - Entrevista a Loureiro dos Santos
O general Loureiro dos Santos acaba de lançar “História concisa de como se faz a guerra”, que descreve como um livro de um militar destinado a todos os que se interessam pela evolução da guerra, nomeadamente ao nível das tácticas, estratégias, equipamentos e armas.

“A História é para conhecer e retirar as suas experiências e conhecimentos para não repetir os erros. Não pode ser erigida num modelo ideológico a seguir”, define o general Loureiro dos Santos. Apesar de reconhecer que a guerra traz sofrimento, o autor sublinha que encerra paixão e ódio, para além de obedecer a leis cientificas.

Nesta entrevista admite que a pasta da Defesa não tem que ser obrigatoriamente entregue a um militar, mas lembra que também não deve existir o preconceito de não escolher um militar. Aliás, questiona por que razão o PS nunca chamou o seu deputado Marques Júnior (oficial na reforma, foi membro do Conselho da Revolução e é membro do Conselho Superior de Defesa Nacional) a desempenhar funções na pasta da Defesa.

Bin Laden será apanhado


O presidente do Comité Militar da NATO, almirante Giampaolo Di Paola, considera que a Cimeira de Lisboa foi um marco histórico na vida da organização, sobretudo por causa da aproximação entre a Aliança e a Rússia.

Nesta entrevista, o Almirante Giampaolo Di Paola, afirma que os russos perceberam que enfrentam as mesmas ameaças que os países da NATO, e em conjunto poderão ajudar a resolvê-las.

O chefe militar da NATO refere também que, apesar da violência no terreno, os prazos para a transferência de poderes no Afeganistão são para cumprir. Giampaolo Di Paola garante ainda que, mais cedo ou mais tarde, Bin Laden vai mesmo ser capturado, e levado à justiça. Entrevista efectuada uma semana depois da realização da Cimeira da NATO, em Lisboa.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

História de um resistente polaco que tentou travar o Holocausto

Antena 1 - Entrevista a Yannick Haenel

Yannick Haenel é o autor do livro “Jan Karski – O Herói que tentou travar o Holocausto”, que conta a história de um jovem polaco que tentou travar o Holocausto.

Nesta entrevista, Yannick Haenel explica que Jan Karski foi o primeiro não judeu a entrar no gueto de Varsóvia, Polónia. Em 1942, depois de ver o que que estava a acontecer, Karski atravessou a Europa para avisar os aliados ingleses e americanos sobre o que se estava a passar no gueto, onde os nazis tinham encurralado milhares de judeus. Ninguém acreditou, ou não quis acreditar na estória que Karski tentava transmitir. Nem o presidente norte-americano, Roosevelt.

Yannick Haenel assume que esta obra é uma crítica directa à Grã-Bretanha, à França e aos Estados Unidos, que não fizeram nada entre 1942 e 1944 para impedir o extermínio dos judeus na Europa. Os nazis foram culpados, evidentemente, mas houve muita gente que fechou os olhos ao que estava a acontecer.
Na foto acima, Yannick Haenel e a capa da edição francesa do livro que já está à venda em Portugal.

José Manuel Rosendo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MANIFESTO DA FRONTALIDADE


MANIFESTO DA FRONTALIDADE
A Greve Geral convocada pelas duas centrais sindicais teve o mérito de convocar os portugueses para uma luta de forte componente cívica. Não foi uma greve, ao contrário de outras, em que fosse possível vislumbrar interesses partidários de conjuntura. Mais do que uma greve, foi um grito de revolta por uma situação para a qual fomos empurrados e vamos (estamos a) pagar violentamente, enquanto os que assinaram por baixo todas as medidas que nos permitiram chegar a este ponto, surgem agora com novas medidas supostamente salvadoras. Os outros, os que lucraram fortunas (em ordenados, regalias, carros, cartões de crédito, bónus e prémios de milhões) enquanto o sistema suicida funcionou, esfregam as mãos com os Euros que o erário público coloca para tapar os enormes buracos que estes cavalheiros criaram.

E há ainda os renomados economistas (que invariavelmente trabalham para o sistema financeiro causador da desgraça e que obviamente nunca o iriam trair sob pena de se lhes acabar o filão), que traçam um futuro apocalíptico se o povo não aceitar todos os sacrifícios a que o querem sujeitar. Em resumo: o apocalipse que já temos ou o apocalipse que virá, se não quisermos o que eles querem. O apocalipse ou o apocalipse.

Não é difícil perceber o que está em jogo. Ou aceitamos as regras que nos trouxeram até este ponto, acrescidas com mais regras produzidas pelas mesmas políticas e ideologias, ou dizemos não! Esse dizer NÃO passava inevitavelmente por esta Greve Geral. Foi um grito de indignação, de revolta, de solidariedade, de dizer basta! A situação é de tal forma urgente que exigia de nós uma atitude que não era contra o governo ou contra o partido político A, B ou C. Era uma exigência de cidadania.

Perante a redução de salários, o aumento de impostos, o corte de abonos de família, os despedimentos, os sacrifícios continuamente exigidos aos mesmos, e o contínuo rol de lucros obscenos quase sempre para os mesmos bolsos, era importante dizer alguma coisa, dar um sinal. Não é mais possível pactuar com uma situação em que os Mercados ficam nervosos se os políticos falam e continuam nervosos se os políticos não falam; não é mais possível pactuar com Mercados que ficam nervosos se não houver acordo para aprovar a proposta de Orçamento do Estado e continuam nervosos depois de haver acordo para aprovar o dito Orçamento. A própria atitude dos Mercados, ao ficarem num “estado nervoso” irreversível, é esclarecedora. Nada os acalma. Aliás, este eufemismo (Mercados) não deixa de ser curioso. É assim uma entidade difusa, omnipresente, e conveniente.

Mas a actual situação tem uma vantagem: é de tal forma clara, que não deixa margem às meias-tintas. Não é mais possível estar com um pé em cada lado e é impossível argumentar (tão ao gosto dos indecisos) que o mundo não é a preto e branco. Neste caso há apenas duas possibilidades: ou se está contra ou a favor de um sistema que já mostrou todas as suas facetas.

Em Democracia, mal de quem não respeita a opinião alheia. Mas para se merecer esse respeito que uma opinião livre merece, seja qual for a opinião assumida, é preciso dar a cara e não arranjar subterfúgios ou argumentos esfarrapados para justificar o que quer que seja. Eu fiz greve. Respeito quem fez greve porque assim decidiu em função de um conjunto de valores e ideais; respeito igualmente quem não fez greve, por convicção, por considerar que o caminho que temos vindo a fazer é o mais correcto e que não há alternativa às medidas que agravam a vida de quem trabalha; respeito quem perante uma situação de recibos verdes ou contrato a prazo temeu pela perda do emprego. Mas confesso que não me merecem grande consideração nem respeito os que procuram desculpas mal amanhadas para as posições dúbias em que se refugiam. Eu até fazia greve se… eu fazia mas… eu fazia mas tenho tantas dúvidas… parecem crianças quando não sabem justificar os rebuçados que esconderam no bolso. Apesar de tudo isto, não é motivo suficiente para ódios nem para apontar o dedo a ninguém. Simplesmente, tenho pena.

Este é o pior indicador para o futuro de Portugal: gente sem coragem!

José Manuel Rosendo

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Greve Geral é um aviso ao(s) Governo (s)


Antena 1 - Entrevista a John Monks

John Monks, Secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos esteve em Portugal numa reunião com representantes sindicais de Itália, França, Espanha, e também com Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT). A dois dias da Greve Geral convocada para este dia 24 de Novembro, John Monks considerou que a Greve em Portugal é um aviso ao governo português mas também aos outros governos europeus.
Os governantes têm de perceber que não basta dar ouvidos aos Mercados, mas também a quem trabalha. Os Mercados, diz John Monks, não respeitam a Democracia, enquanto a Greve é uma expressão dessa Democracia. Quanto à possibilidade de uma Greve Geral nos vários países da União Europeia, para já Monks diz que não está no horizonte, até porque não é permitida em alguns países. Mas acrescenta que nunca se sabe... as coisas estão a evoluir muito depressa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Estados Unidos não quiseram que Bin Laden fosse julgado em Haia


Antena 1 - Entrevista a Daniel Pinéu

O Governo Taliban do Afeganistão, logo a seguir ao 11 de Setembro, propôs entregar Bin Laden para que fosse julgado em Haia. Não havendo Acordo de Extradição entre o Afeganistão e os Estados Unidos, à luz do Direito Internacional, o Afeganistão não podia entregar Bin Laden aos Estados Unidos. A proposta foi enviada a Washington mas nunca houve resposta. Uma estória contada pelo Professor Daniel Pinéu. É talvez o português que mais sabe (através do estudo e de várias presenças no terreno) sobre o Afeganistão. Uma entrevista que revela um conhecimento muito mais profundo e muito diferente daquele que é feito à base dos relatórios lidos nos gabinetes e de teorias repetidasàté à exaustão e que, muitas vezes, estão a anos-luz da realidade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estórias dos Repórteres de Imagem

Mostram-nos o mundo mas nunca mostram a cara. Agora, alguns deles, escreveram um livro. "Câmara de Reflexão" junta 36 repórteres de imagem das três televisões generalistas portuguesas. São estórias que já foram notícia e outras de momentos, momentos apenas, seja na solidão de uma noite num telhado de hotel no sul do Iraque, seja numa beira de estrada à espera que passe alguém que dê uma ajuda. E há estórias de amor, como por exemplo a de um parto na água.
Uma ideia de José Carlos Carvalho, que é o coordenador geral e que foi acolhida rapidamente por todos os outros. Nesta entrevista, para além do José Carlos Ramalho, os testemunhos de Nuno Patrício e Rui do Ó.
O Livro é apresentado sábado, 13 de Novembro, e lê-se de um fôlego.
Assim tenham estômago...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aminetu Haidar chegou a Portugal


A activista saharaui dos Direitos Humanos, Aminetu Haidar, que fez recentemente uma greve de fome em defesa do direito de regressar a casa, no Sahara Ocidental, acaba de chegar a Portugal. Vem para receber a Medalha da Universidade de Coimbra e, disse ela à chegada, "para homenagear o caro amigo José Saramago". Na noite de domingo, logo à chegada disse esperar que Portugal desempenhe um papel importante para a causa do povo saharaui, tal como desempenhou na causa do povo de Timor-Leste. Quanto às negociações que decorrem esta segunda e terça-feira em Nova Iorque, entre Marrocos e a Frente Polisário, disse não ter grandes esperanças e acusou Marrocos de não estar de boa-fé, porque enquanto se apresenta para negociar continua a reprimir violentamente o povo do Sahara Ocidental. Recentemente as autoridades marroquinas não autorizaram a entrada de eurodeputados, jornalistas e também de um dirigente da JCP. Uma recusa que alguns relatos descrevem como muito violenta.

Aminetu Haidar vai estar na Universidade de Coimbra, na Reitoria da Universidadede Lisboa e terá contactos com a Assembleia da República e com a Câmara Municipal de Lisboa.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Antena 1 - Entrevista a José Gil


Antena 1 - Entrevista a José Gil

Num pequeno café da Tapada da Ajda, entre duas bicas e conversas populares em tom reduzido porque havia um microfone ligado, tentei que o Professor José Gil "pensasse alto". Pensamentos que seguramente, como o registo confirma, são "estrelas" que nos iluminam nos dias que correm. Para além da conversa estafada que a nomenclatura impõe nas agendas dos media, há mais gente para ouvir neste país. José Gil aborda as sequelas do Estado Novo, o primado da Economia em detrimento da Política, e a necessidade de mudança. Fala também do Medo que está de regresso, da resposta (do Povo) que está para chegar e da responsabilidade dos jornalistas na consciência colectiva. Talvez seja um pregador no deserto, mas ajuda a pensar. O que por si só, neste deserto de Líderes e política de "mão na anca", já é bastante.