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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por que é que o PS nunca chamou Marques Júnior a funções na pasta da Defesa?


Antena 1 - Entrevista a Loureiro dos Santos
O general Loureiro dos Santos acaba de lançar “História concisa de como se faz a guerra”, que descreve como um livro de um militar destinado a todos os que se interessam pela evolução da guerra, nomeadamente ao nível das tácticas, estratégias, equipamentos e armas.

“A História é para conhecer e retirar as suas experiências e conhecimentos para não repetir os erros. Não pode ser erigida num modelo ideológico a seguir”, define o general Loureiro dos Santos. Apesar de reconhecer que a guerra traz sofrimento, o autor sublinha que encerra paixão e ódio, para além de obedecer a leis cientificas.

Nesta entrevista admite que a pasta da Defesa não tem que ser obrigatoriamente entregue a um militar, mas lembra que também não deve existir o preconceito de não escolher um militar. Aliás, questiona por que razão o PS nunca chamou o seu deputado Marques Júnior (oficial na reforma, foi membro do Conselho da Revolução e é membro do Conselho Superior de Defesa Nacional) a desempenhar funções na pasta da Defesa.

Bin Laden será apanhado


O presidente do Comité Militar da NATO, almirante Giampaolo Di Paola, considera que a Cimeira de Lisboa foi um marco histórico na vida da organização, sobretudo por causa da aproximação entre a Aliança e a Rússia.

Nesta entrevista, o Almirante Giampaolo Di Paola, afirma que os russos perceberam que enfrentam as mesmas ameaças que os países da NATO, e em conjunto poderão ajudar a resolvê-las.

O chefe militar da NATO refere também que, apesar da violência no terreno, os prazos para a transferência de poderes no Afeganistão são para cumprir. Giampaolo Di Paola garante ainda que, mais cedo ou mais tarde, Bin Laden vai mesmo ser capturado, e levado à justiça. Entrevista efectuada uma semana depois da realização da Cimeira da NATO, em Lisboa.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

História de um resistente polaco que tentou travar o Holocausto

Antena 1 - Entrevista a Yannick Haenel

Yannick Haenel é o autor do livro “Jan Karski – O Herói que tentou travar o Holocausto”, que conta a história de um jovem polaco que tentou travar o Holocausto.

Nesta entrevista, Yannick Haenel explica que Jan Karski foi o primeiro não judeu a entrar no gueto de Varsóvia, Polónia. Em 1942, depois de ver o que que estava a acontecer, Karski atravessou a Europa para avisar os aliados ingleses e americanos sobre o que se estava a passar no gueto, onde os nazis tinham encurralado milhares de judeus. Ninguém acreditou, ou não quis acreditar na estória que Karski tentava transmitir. Nem o presidente norte-americano, Roosevelt.

Yannick Haenel assume que esta obra é uma crítica directa à Grã-Bretanha, à França e aos Estados Unidos, que não fizeram nada entre 1942 e 1944 para impedir o extermínio dos judeus na Europa. Os nazis foram culpados, evidentemente, mas houve muita gente que fechou os olhos ao que estava a acontecer.
Na foto acima, Yannick Haenel e a capa da edição francesa do livro que já está à venda em Portugal.

José Manuel Rosendo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MANIFESTO DA FRONTALIDADE


MANIFESTO DA FRONTALIDADE
A Greve Geral convocada pelas duas centrais sindicais teve o mérito de convocar os portugueses para uma luta de forte componente cívica. Não foi uma greve, ao contrário de outras, em que fosse possível vislumbrar interesses partidários de conjuntura. Mais do que uma greve, foi um grito de revolta por uma situação para a qual fomos empurrados e vamos (estamos a) pagar violentamente, enquanto os que assinaram por baixo todas as medidas que nos permitiram chegar a este ponto, surgem agora com novas medidas supostamente salvadoras. Os outros, os que lucraram fortunas (em ordenados, regalias, carros, cartões de crédito, bónus e prémios de milhões) enquanto o sistema suicida funcionou, esfregam as mãos com os Euros que o erário público coloca para tapar os enormes buracos que estes cavalheiros criaram.

E há ainda os renomados economistas (que invariavelmente trabalham para o sistema financeiro causador da desgraça e que obviamente nunca o iriam trair sob pena de se lhes acabar o filão), que traçam um futuro apocalíptico se o povo não aceitar todos os sacrifícios a que o querem sujeitar. Em resumo: o apocalipse que já temos ou o apocalipse que virá, se não quisermos o que eles querem. O apocalipse ou o apocalipse.

Não é difícil perceber o que está em jogo. Ou aceitamos as regras que nos trouxeram até este ponto, acrescidas com mais regras produzidas pelas mesmas políticas e ideologias, ou dizemos não! Esse dizer NÃO passava inevitavelmente por esta Greve Geral. Foi um grito de indignação, de revolta, de solidariedade, de dizer basta! A situação é de tal forma urgente que exigia de nós uma atitude que não era contra o governo ou contra o partido político A, B ou C. Era uma exigência de cidadania.

Perante a redução de salários, o aumento de impostos, o corte de abonos de família, os despedimentos, os sacrifícios continuamente exigidos aos mesmos, e o contínuo rol de lucros obscenos quase sempre para os mesmos bolsos, era importante dizer alguma coisa, dar um sinal. Não é mais possível pactuar com uma situação em que os Mercados ficam nervosos se os políticos falam e continuam nervosos se os políticos não falam; não é mais possível pactuar com Mercados que ficam nervosos se não houver acordo para aprovar a proposta de Orçamento do Estado e continuam nervosos depois de haver acordo para aprovar o dito Orçamento. A própria atitude dos Mercados, ao ficarem num “estado nervoso” irreversível, é esclarecedora. Nada os acalma. Aliás, este eufemismo (Mercados) não deixa de ser curioso. É assim uma entidade difusa, omnipresente, e conveniente.

Mas a actual situação tem uma vantagem: é de tal forma clara, que não deixa margem às meias-tintas. Não é mais possível estar com um pé em cada lado e é impossível argumentar (tão ao gosto dos indecisos) que o mundo não é a preto e branco. Neste caso há apenas duas possibilidades: ou se está contra ou a favor de um sistema que já mostrou todas as suas facetas.

Em Democracia, mal de quem não respeita a opinião alheia. Mas para se merecer esse respeito que uma opinião livre merece, seja qual for a opinião assumida, é preciso dar a cara e não arranjar subterfúgios ou argumentos esfarrapados para justificar o que quer que seja. Eu fiz greve. Respeito quem fez greve porque assim decidiu em função de um conjunto de valores e ideais; respeito igualmente quem não fez greve, por convicção, por considerar que o caminho que temos vindo a fazer é o mais correcto e que não há alternativa às medidas que agravam a vida de quem trabalha; respeito quem perante uma situação de recibos verdes ou contrato a prazo temeu pela perda do emprego. Mas confesso que não me merecem grande consideração nem respeito os que procuram desculpas mal amanhadas para as posições dúbias em que se refugiam. Eu até fazia greve se… eu fazia mas… eu fazia mas tenho tantas dúvidas… parecem crianças quando não sabem justificar os rebuçados que esconderam no bolso. Apesar de tudo isto, não é motivo suficiente para ódios nem para apontar o dedo a ninguém. Simplesmente, tenho pena.

Este é o pior indicador para o futuro de Portugal: gente sem coragem!

José Manuel Rosendo

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Greve Geral é um aviso ao(s) Governo (s)


Antena 1 - Entrevista a John Monks

John Monks, Secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos esteve em Portugal numa reunião com representantes sindicais de Itália, França, Espanha, e também com Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT). A dois dias da Greve Geral convocada para este dia 24 de Novembro, John Monks considerou que a Greve em Portugal é um aviso ao governo português mas também aos outros governos europeus.
Os governantes têm de perceber que não basta dar ouvidos aos Mercados, mas também a quem trabalha. Os Mercados, diz John Monks, não respeitam a Democracia, enquanto a Greve é uma expressão dessa Democracia. Quanto à possibilidade de uma Greve Geral nos vários países da União Europeia, para já Monks diz que não está no horizonte, até porque não é permitida em alguns países. Mas acrescenta que nunca se sabe... as coisas estão a evoluir muito depressa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Estados Unidos não quiseram que Bin Laden fosse julgado em Haia


Antena 1 - Entrevista a Daniel Pinéu

O Governo Taliban do Afeganistão, logo a seguir ao 11 de Setembro, propôs entregar Bin Laden para que fosse julgado em Haia. Não havendo Acordo de Extradição entre o Afeganistão e os Estados Unidos, à luz do Direito Internacional, o Afeganistão não podia entregar Bin Laden aos Estados Unidos. A proposta foi enviada a Washington mas nunca houve resposta. Uma estória contada pelo Professor Daniel Pinéu. É talvez o português que mais sabe (através do estudo e de várias presenças no terreno) sobre o Afeganistão. Uma entrevista que revela um conhecimento muito mais profundo e muito diferente daquele que é feito à base dos relatórios lidos nos gabinetes e de teorias repetidasàté à exaustão e que, muitas vezes, estão a anos-luz da realidade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estórias dos Repórteres de Imagem

Mostram-nos o mundo mas nunca mostram a cara. Agora, alguns deles, escreveram um livro. "Câmara de Reflexão" junta 36 repórteres de imagem das três televisões generalistas portuguesas. São estórias que já foram notícia e outras de momentos, momentos apenas, seja na solidão de uma noite num telhado de hotel no sul do Iraque, seja numa beira de estrada à espera que passe alguém que dê uma ajuda. E há estórias de amor, como por exemplo a de um parto na água.
Uma ideia de José Carlos Carvalho, que é o coordenador geral e que foi acolhida rapidamente por todos os outros. Nesta entrevista, para além do José Carlos Ramalho, os testemunhos de Nuno Patrício e Rui do Ó.
O Livro é apresentado sábado, 13 de Novembro, e lê-se de um fôlego.
Assim tenham estômago...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aminetu Haidar chegou a Portugal


A activista saharaui dos Direitos Humanos, Aminetu Haidar, que fez recentemente uma greve de fome em defesa do direito de regressar a casa, no Sahara Ocidental, acaba de chegar a Portugal. Vem para receber a Medalha da Universidade de Coimbra e, disse ela à chegada, "para homenagear o caro amigo José Saramago". Na noite de domingo, logo à chegada disse esperar que Portugal desempenhe um papel importante para a causa do povo saharaui, tal como desempenhou na causa do povo de Timor-Leste. Quanto às negociações que decorrem esta segunda e terça-feira em Nova Iorque, entre Marrocos e a Frente Polisário, disse não ter grandes esperanças e acusou Marrocos de não estar de boa-fé, porque enquanto se apresenta para negociar continua a reprimir violentamente o povo do Sahara Ocidental. Recentemente as autoridades marroquinas não autorizaram a entrada de eurodeputados, jornalistas e também de um dirigente da JCP. Uma recusa que alguns relatos descrevem como muito violenta.

Aminetu Haidar vai estar na Universidade de Coimbra, na Reitoria da Universidadede Lisboa e terá contactos com a Assembleia da República e com a Câmara Municipal de Lisboa.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Antena 1 - Entrevista a José Gil


Antena 1 - Entrevista a José Gil

Num pequeno café da Tapada da Ajda, entre duas bicas e conversas populares em tom reduzido porque havia um microfone ligado, tentei que o Professor José Gil "pensasse alto". Pensamentos que seguramente, como o registo confirma, são "estrelas" que nos iluminam nos dias que correm. Para além da conversa estafada que a nomenclatura impõe nas agendas dos media, há mais gente para ouvir neste país. José Gil aborda as sequelas do Estado Novo, o primado da Economia em detrimento da Política, e a necessidade de mudança. Fala também do Medo que está de regresso, da resposta (do Povo) que está para chegar e da responsabilidade dos jornalistas na consciência colectiva. Talvez seja um pregador no deserto, mas ajuda a pensar. O que por si só, neste deserto de Líderes e política de "mão na anca", já é bastante.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Antena 1 - Entrevista a José Francisco Pavia


Antena 1 - Entrevista a José Francisco Pavia

Observador português andou 9 dias no Afeganistão. José Francisco Pavia (quinto, em pé, a contar da esquerda, com a equipa de observadores e com dois dos militares que garantiram a segurança), professor de Relações Internacionais da Universidade Lusíada, esteve sempre enquadrado por militares da NATO. Ainda assim deu conta de que nem tudo é o que parece entre as forças estrangeiras no Afeganistão. Nos relatórios oficiais não transparece alguma animosidade em relação às forças norte-americanas, mas no terreno é possível obter esse registo. Outro aspecto que sobressai desta presença em solo afegão é a vontade, expressa por vários militares estrangeiros, de ver a GNR a dar formação às forças de segurança afegãs.
Este observador fala ainda das cidades "muradas" (Kabul e Kandahar) e da importância desta guerra para o futuro da NATO. Uma entrevista importante a poucos dias da cimeira da NATO em Portugal.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Antena 1 - Entrevista a António Barreto


Antena 1 - Entrevista a António Barreto

Portugal está à deriva

António Barreto, sociólogo, membro da Academia das Ciências de Lisboa e presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela-se muito céptico em relação ao futuro de Portugal. O sociólogo considera que o país só tem cinco anos para encontrar um rumo, porque já perdeu muita da capacidade de tomar decisões sozinho.
Nesta entrevista conduzida pelo jornalista José Manuel Rosendo a propósito do livro “Justiça Fiscal”, de Saldanha Sanches, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, António Barreto considera que Portugal está há 15 anos a viver um “período de pura deriva”, em que os impostos oscilam de acordo com as necessidades do momento.
António Barreto acusa ainda os últimos Governos de nada terem feito para evitar a situação económica a que o país chegou, e, em abstracto, admite que os sacrifícios que são exigidos aos trabalhadores do sector público possam estender-se ao sector privado. Diz também que temos assistido a um debate esteril e que esse debate deveria estar centrado no futuro, porque esse futuro, com os actuais indicadores, é muito negro.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Antena 1 - Entrevista a Margarida Santos Lopes


Novo Dicionário do Islão
Margarida Santos Lopes acaba de publicar o Novo Dicionário do Islão. A primeira edição, de 2002, foi compeltamente revista e alterada. A nova edição é mais abrangente e inclui matérias que, pouco tempo após o 11 de Setembro de 2001, era impossível aprofundar. A autora assume o livro como um dever de partilha de conhecimentos adquiridos ao longo de muitos anos de trabalho em matérias que envolvem o Islão. Um dos objectivos do Novo Dicionário do Islão é evitar a associação, muitas vezes directa e errada, sobre Islão e Terrorismo. Entrevista à Antena 1.
Entrevista a Margarida Santos Lopes

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Lieberman "não é judeu"

Norman Finkelstein, professor, judeu norte-americano, filho de sobreviventes do Holocausto, critica as políticas de Israel e, mais do que tudo, as políticas dos actuais Primeiro-ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, Benjamin Netahnyau e Advigor Lieberman, respectivamente. Nem os reconhece como judeus. E acrescenta que as actuais negociações israelo-palestinianas são uma farsa porque Barack Obama precisa de apresentar trabalho (devido às eleições que se aproximam) e queria aparecer na fotografia. Está tudo a partir dos 39.13 na edição de Visão Global que foi emitida em 10 de Outubro de 2010. Isso e muito mais.

RTP - VISÃO GLOBAL

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Antena 1 - Entrevista a John Irving


A Última Noite em Twisted River

John Irving assina mais um romance a espreitar o sucesso de vendas. Os Estados Unidos da América na década de 50 do Século passado. Irving tem a particularidade de começar os romances a partir de uma ideia final para a estória. Mas não faz questão que seja sempre assim. Um dia destes até pode mudar de estratégia. Nesta entrevista fala desse modo de escrever e do passado que o influenciou.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Antena 1 - Entrevista a Javier Limón


Mariza, Buika, Carmen Linares e muitas outras

Javier Límon é o produtor de "Mujeres de Agua", um disco que integra 12 vozes de mulheres do Mediterrâneo (na geografia musical de Javier Límon). Entre elas está Mariza. O disco está no mercado a partir de 4 de Outubro e, ao contrário do que tem sido dito algumas vezes, não é dedicado às mulheres do Irão. Tem, isso... sim, uma mensagem para as mulheres iranianas. Javier queria incluir uma voz iraniana, mas isso revelou-se impossível. Nesta entrevista explica a importância do Fado nas músicas do Mediterrâneo

Antena 1 - Entrevista a Javier Limón

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Antena 1 - Entrevista a Laurentino Gomes


1822 - Título do mais recente livro de Laurentino Gomes, conta a independência do Brasil. É um livro na sequência de um outro - 1808 - que trata do período em que a família real portuguesa esteve no Brasil fugindo às invasões francesas. Os historiadores apreciam estes trabalhos de Laurentino Gomes (antigo jornalista) e elogiam o seu trabalho rigoroso. Vale a pena ler. E vale a pena ouvir Laurentino Gomes porque é um comunicador nato.
Antena 1 - Entrevista a Laurentino Gomes

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Entrevista a Esther Mucznik


É a história de uma judia portuguesa vítima da perseguição religiosa. Nascida em Lisboa, percorre a Europa até se fixar em Istambul em tempo de Império Otomano. Esther Mucznik fala do livro, de Grácia Nasi e também, na parte final da entrevista, sobre as actuais negociações entre israelitas e palestinianos.



quarta-feira, 30 de junho de 2010

Afeganistão até quando?

Ninguém sabe. Os Estados Unidos não sabem, a NATO não sabe, ninguém sabe. A ofensiva que decorre no Sul do Afeganistão é a segunda. Em 2009 aconteceu uma outra. Ou será ainda a mesma?
A mudança de liderança na ISAF e no comando norte-americano não ajuda aos objectivos de Obama. Começar a sair do Afeganistão em Julho de 2001, afigura-se por agora, sem nenhuma perspectiva de melhoria significativa, como uma data falhada. Mas convém que se perceba que o problema não é Obama, porque o actual presidente norte-americano herdou uma situação para a qual tem de encontrar saídas. E a questão é essa. Já não se trata de ganhar a guerra mas de sair do Afeganistão não perdendo a face. Aliás, eu acho que ninguém sabe ao certo quem é o inimigo. Serão Taliban, Senhores da Guerra, Traficantes? Pois, inventaram uma designação: insurgentes, seja lá isso o que for.
O pior é para os afegãos que por lá vão continuar e que vão ficar com um país feito em cacos. Pode dizer-se que não estava melhor. É verdade. Mas agora a esperança também está morta e enterrada.

José Manuel Rosendo

terça-feira, 18 de maio de 2010

Presidente brasileiro deu lição à União Europeia:façam como o Brasil!


Lula da Silva recebeu, a 18 de Maio, em Madrid, o prémio “Nova Economia Fórum 2010”. É uma distinção para os que fazem algo de relevante em cargos de responsabilidade pública. Nas palavras de Teresa de La Veja (número 2 do Governo de Espanha) foi um prémio de reconhecimento pelo “exemplo político, moral e pessoal” que Lula deu ao Mundo.
Depois de uma série de elogios, Lula respondeu à boa maneira brasileira: que estava de “ego cheio” e precisava de um alfinete para furar, caso contrário “rebentava”. E depois explicou que deixa a Presidência do Brasil no final do ano, mas sai de consciência tranquila: o povo brasileiro vive melhor, as diferenças sociais são menores e o Brasil tem um lugar de destaque entre os grandes do Mundo.


Explicou também que quando a crise financeira se instalou, lançou um apelo ao povo brasileiro para consumir, pensando bem o consumo, mas para consumir, porque caso contrário as empresas brasileiras não iriam resistir à crise. Disse Lula (enquanto juntava as duas mãos junto ao coração) que foram os mais pobres do Brasil que responderam positivamente a este apelo e que foram eles, “o meu povo” quem salvou a economia brasileira.


E depois disse apontando para Durão Barroso (cito de cor): Barroso, a União Europeia devia fazer o mesmo! Barroso sorriu, mas o que pareceu um conselho foi, de facto uma dura crítica. A União Europeia, nomeadamente Portugal, Grécia e Espanha, aprovaram medidas que passam por aumento de impostos e redução de ordenados, isto é, são um claro desincentivo ao consumo. A lição ficou dada e não se pode dizer que sela ilegítima porque foi dada por um homem a quem todos, sem excepção, minutos antes, tinham elogiado as políticas que implementou no Brasil.
Madrid, José Manuel Rosendo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Liberdade pratica-se

Gostava de saber escrever. Bem, claro. Ter a arte de dizer muito em poucas palavras, de fazer-me entender sem dificuldade e não deixando dúvidas. Quantas vezes se torna difícil encontrar a palavra com o peso certo. Muitas vezes tenho esta frustração de sentir que não conto as histórias como devia. Muitas vezes parece que só fica um mar de espuma. Talvez por tudo o que disse sinta um doce prazer quanto encontro um texto assim como o de Manuel António Pina e que ainda por cima fala dessa minha grande amiga: a Liberdade. Trata-a de uma forma que eu seria incapaz. Por isso o reproduzo. E porque às vezes apetece-me esfregá-lo na cara de alguns “cobardes de sucesso”.

A Coragem da Liberdade

Para se ser livre é preciso coragem, muita coragem. E, desde logo, coragem para uma escolha fundamental, a do respeito por si mesmo. Porque é bem mais fácil sobreviver acobardando-se do que escolher viver livremente. Os locais de trabalho, a vida política, a mera existência social, estão (basta olhar em volta) cheios de cobardes de sucesso. O jornalismo não é, e porque haveria de ser?, excepção, pois a pusilanimidade e a cumplicidade dão menos incómodos e rendem mais que a dignidade. Mas, enquanto na vida política e social, o preço da liberdade é a solidão (as águias, como Nietzsche escreve, voam solitárias; os corvos andam e grasnam em bandos), no jornalismo o preço é às vezes a própria vida. Anna Politkovskaya escolheu a liberdade e pagou com a vida. Mas a Rússia é um lugar longínquo e entre nós não se dão tiros na nuca a jornalistas, na pior das hipóteses despedem-se. É, por isso, fácil chorar por Anna Politovskaya, basta só um pouco de falta de pudor. Assim, os jornais portugueses encheram-se nos últimos dias de grasnidos e lágrimas de crocodilo vertidas por gente que, na sua própria vida profissional, escolhe o salário do medo. Alguns conhece-os eu e, como no soneto de Arvers, hão-de ler-me e perguntar “De quem falará ele?”.

Manuel António Pina
in Jornal de Notícias, 10.10.2006

domingo, 11 de abril de 2010

Zona Verde vale a pena

Estreou esta semana. "Zona Verde", um filme com acção em Bagdad, logo após a invasão em Março de 2003. Muito melhor do que "Estado de Guerra" que ganhou uma série de Óscares. Para quem gosta de Médio Oriente é a não perder. Mas desconfio que quando chegar à noite dos Óscares não vai ser tão bem recebido como o foi "Estado de Guerra". Será que estou enganado? Depois de verem vão perceber que a chamada Academia não deve gostar muito da forma como o filme trata das tão faladas Armas de Destruição Maciça, que ainda estamos à espera.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Embaixador do Irão alerta para as lições que o pais já deu a quem o invadiu


Rassol Mohajer, Embaixador do Irão em Lisboa, reafirma que o país apenas pretende ter acesso a energia nuclear. Mas também diz que defende o desarmamento total em relação às armas nucleares. Sem excepção. É esse o mote (Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém) da Conferência Internacional que vai ter lugar em Teerão, a 17 e 18 de Abril.
Quanto a eventuais ataques, o diplomata iraniano, lembra que o Irão já deu lições a quem o quis invadir (Iraque, na década de 80). O Embaixador lembra que o Irão mantém influência em muitas zonas do Médio Oriente (por exemplo, Afeganistão e Faixa de Gaza), mas diz que isso acontece devido à boa relação com o povo dessa região. Quanto a Israel (que o Irão não reconhece), a Paz parece impossível. Rasool Mohajer utiliza o argumento de sempre: Israel não respeita os povos da região. Entrevista efectuada a 31 de Março de 2010.