Pode ser como está no título, mas também pode ser de outra
forma: diz-me quem vende mais armas e dir-te-ei a quem serve o status quo. E a
resposta é: os Estados Unidos dominam o comércio mundial e reforçaram esse
domínio nos últimos cinco anos (2011-2015). Os Estados unidos passaram de 29%
de quota de mercado (em 2006-2010) para 33% (em 2011-2015). A Rússia surge logo
a seguir (25% das exportações mundiais), depois a China (5,9%, com grande
crescimento), Alemanha (4,7%) e França (5,6%, ambas com assinalável recuo). Os números
são do SIPRI (Instituto Internacional de Investigação para a Paz, de Estocolmo,
Suécia).
A directora do Programa de Armamento e Despesas Militares do SIPRI,
Aude Fleurant, sublinha que “Os Estados Unidos venderam ou deram armamento a
pelo menos 96 Estados nos últimos cinco anos, e a indústria de armamento
norte-americana tem grandes encomendas de exportação pendentes, incluindo 611
aviões de combate F35 para nove países.
A Rússia está neste momento a ser afectada depois das
sanções ocidentais contra Moscovo devido à guerra na Ucrânia. A Rússia exporta
para a Índia mais do que os Estados Unidos. A Índia é o maior importador
mundial de armamento. A China tem como grandes clientes Paquistão, Bangladesh e
Birmânia. Regra geral o comércio de armamento foi afectado pela crise europeia
com as compras dos países do velho Continente a recuarem 41%. Ainda quanto aos
importadores, a Índia lidera a procura (14%), o dobro da Arábia Saudita e o
triplo da China.
Outros aspectos a sublinhar:
Entre os períodos 2006/10 e 2011/15 as importações dos
países africanos aumentaram 19%. Argélia e Marrocos são os dois maiores
importadores de armas na região, com um total de 56% por cento das importações
africanas.
A importação de armas no México cresceu 331% em 2011/15 em
comparação com 2006/10; o Azerbaijão aumentou 217%; o Iraque aumentou 83%.
A França concluiu vários grandes contractos de exportação de
armas em 2015, incluindo os dois primeiros contractos de venda (Egipto e Qatar)
dos aviões de combate Rafale. De notar que já em 2016, a França fechou um outro
contracto com a Índia para a venda de 36 Rafale.
O SIPRI refere que estes dados reflectem a quantidade de
armamento transaccionado e não o volume de negócios. Quem quiser saber mais
pode consultar: http://www.sipri.org/
Pinhal Novo, 23 de Março de 2016
josé manuel rosendo