12 anos depois do início da invasão do Iraque, o homem que
era vice-presidente e “braço direito” de Saddam Husseín é dado como morto. Não
é a primeira vez que é noticiada a morte de Ezzat Ibrahim al Douri, mas desta
vez parece que é verdade. A televisão al Arabyia mostrou imagens de um cadáver
que parecer ser al Douri e o Governador da província de Saladino (cuja capital
é Tikrit, terra natal de Saddam…) confirmou que al Douri morreu na sequência de
uma operação militar conjunta de forças militares iraquianas e milícias xiitas.
Este governador disse que foram recolhidas amostras de DNA e prometeu resultados
em breve.
Al Douri tinha a cabeça a prémio desde a queda do regime: os
Estados Unidos ofereciam 10 milhões de dólares e classificaram-no como Rei de
Paus (o 6º mais procurado numa lista de 55 nomes) no célebre baralho de cartas que
os norte-americanos distribuíram para que todos pudessem identificar os que
eram procurados.
A Reuters cita fontes das milícias xiitas que dizem ter
recebido informação da presença de um VIP no local onde al Douri foi morto.
Pensavam que era o líder do estado islâmico (Abu Bakr al Baghdadi), afinal era
al Douri.Várias fontes acreditam numa aliança entre o Estado islâmico
e os insurgentes sunitas que nunca deixaram de combater a presença estrangeira
no Iraque e, por acréscimo, combatem também o governo de maioria xiita. A capacidade
militar demonstrada pelo Estado Islâmico na ofensiva de 2014 só foi possível
através de uma forte componente de estratégia militar ao alcance apenas de
profissionais treinados na estratégia de guerra.
A morte de al Douri, a confirmar-se, é um forte revés para o
Estado Islâmico, embora outros militares sunitas, escorraçados da vida militar
na sequência da invasão em 2003, possam continuar a fornecer o know how
necessário à estratégia do Estado Islâmico.
18 de Abril de 2015
josé manuel rosendo