Tahsin
Saïd Ali Beg, tinha 85 anos, morreu num hospital de Hanover, Alemanha, segundo
anunciaram familiares citados por órgãos de comunicação curdos. O Príncipe dos
Yazidi, de seu nome completo Tahsin Saïd Beg Ali Beg Husseín Beg, tinha sido
hospitalizado na semana passada e há muito que estava doente.
O
Príncipe nasceu a 15 de Agosto de 1933, em Ba’adra, cidade no norte do Iraque
na zona disputada por árabes e curdos, próximo de Duhok. Foi escolhido para
líder da comunidade Yazid quando tinha apenas 11 anos de idade, após a morte do
pai. Em 1970 Tahsin juntou-se à revolução curda contra o Governo iraquiano,
depois de já ter conhecido a prisão. Em 1975 emigrou para o Reino Unido, tendo
regressado ao Iraque em 1981. Depois desse regresso, diz a televisão curda Rudaw,
sobreviveu a duas tentativas de assassínio em 1992 e 2003.
O
deputado yazidi no Parlamento iraquiano, Vian Dakhil, não adianta uma data para
as cerimónias fúnebres mas é citado em vários órgãos de informação dizendo que
o Príncipe Yazidi será sepultado nos próximos dias no Curdistão iraquiano. A mesma
fonte disse à Agência France Press que antes de morrer o Príncipe Thasin nomeou
o filho, Hazem, para lhe suceder na liderança da comunidade.
A
yazidi Prémio Nobel da Paz, Nadia Murad, descreveu Tahsin Saïd Ali Beg como um
líder sábio que acreditava profundamente na paz e que liderou a comunidade em
tempos muito difíceis.
Nechirvan
Barzani, líder do governo regional do Curdistão, apressou-se a enviar condolências à família e a toda a comunidade
Yazidi, referindo-se ao líder morto como um homem que sempre defendeu a
coexistência pacífica entre as várias comunidades no Iraque e na região do Curdistão. Rapidamente as redes
sociais foram palco para a crítica a estas palavras lembrando que o Governo do
Curdistão Iraquiano pouco fez para ajudar os Yazidi quando foram perseguidos
pelo Estado Islâmico e acrescentando que os Yazidi deviam sentir vergonha ao
ouvirem as palavras do Primeiro-ministro do governo regional do Curdistão.
Não
existem números rigorosos e credíveis para que se saiba quantos são os Yazidi.
Estima-se que no Iraque eram cerca de 550 mil antes do ataque do Estado
Islâmico. Existem também outras comunidades numerosas na Europa e noutros
locais, estando a maior na Alemanha.
Pinhal
Novo, 29 de Janeiro de 2019
josé
manuel rosendo
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