Mostrar mensagens com a etiqueta França. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta França. Mostrar todas as mensagens

domingo, 14 de junho de 2020

Os horrores da guerra na Líbia

Corpos carbonizados, Tripoli, junto à Brigada Khamis, em 29 de Agosto de 2011. Foto: jmr 
São crimes sem perdão. As Nações Unidas manifestaram-se horrorizadas perante a informação de pelo menos oito valas comuns descobertas na Líbia, numa zona a cerca de 60 km de Tripoli, após a tomada da região por forças governamentais. A informação foi avançada pelo Governo do Acordo Nacional (GNA), sediado em Tripoli, que tem o apoio da chamada “comunidade internacional” e que combate o Exército Nacional da Líbia (LNA), liderado pelo Marechal Khalifa Haftar.
Não se sabe ao certo quantos corpos estavam nestas valas comuns – e se elas de facto existem, mas a ONU pediu um inquérito independente e eficaz. Sabemos como isso é difícil num país mergulhado no caos após quase uma década de guerra. Aliás, o que tem acontecido na Líbia – tal como na Síria – justifica que sejam investigados os crimes de guerra e julgados os responsáveis. Desde os armazéns/prisão com corpos incinerados ainda nos dias em que Mohammar Kadhafi era o dono do país, até ao vale-tudo de uma guerra em que os líbios são já mais vítimas do que protagonistas.

Fonte: Al Jazeera em 7 de junho de 2020


Nos últimos dias verificou-se um recuo das forças do LNA. Parece ter falhado a tentativa de conquista de Tripoli e o Marechal Haftar reposiciona forças. Para isso muito terá contribuído também a retirada de centenas de mercenários russos (grupo Wagner) da linha da frente. De acordo com várias fontes estarão agora concentrados na província de Jufra, no centro do país, controlada pelas forças de Haftar. O Marechal rebelde (esteve exilado nos Estados Unidos depois de recrutado pela CIA na década de 1980 para tentar derrubar Kadhafi e esteve também no Conselho Nacional de Transição, que liderou a revolta e levou à queda de Kadhafi em 2011), conta agora com o apoio da Rússia, Egipto e Emirados Árabes Unidos. A ONU dá ainda conta da presença de mercenários do Chade e do Sudão.

Do lado do GNA, há o apoio da ONU, do Qatar, da Turquia e de mercenários sírios (alguns de grupos islamitas que combatiam Bashar Al Assad) enviados pelo Presidente turco.

A organização liderada por António Guterres “esbraceja” com um embargo de armas a que ninguém dá importância e todo o tipo de armamento continua a chegar ao país do Rei Idris.

Para não fugir à regra, as antigas potencias coloniais estão de olho no terreno e muito atentas ao que o futuro lhes reserva, não fosse a Líbia um enorme produtor de petróleo. A italiana ENI tem fortes interesses no país e o Governo de Roma acaba de vender duas fragatas ao Egipto (aliado de Haftar) por 1,2 mil milhões de euros, para além de outros contratos que chegam aos 10 mil milhões.

A França, tenta fazer diplomacia discreta e diz que teme uma “sirianização” da guerra na Líbia. O GNA acusa a França de apoiar Haftar, mas Paris desmente, sendo certo que ainda em Abril o GNA protestou devido a um voo de um caça Rafale francês nos céus da Líbia, sem autorização do Governo de Tripoli. Também em França, a Revista “Politique Internationale” distinguiu o Marechal Kalifa Haftar com o prémio de “Coragem Política”. A mesma revista que distinguiu recentemente Ursula von der Leyen, Alexis Tsipras e o Rei Abdullah (Jordânia), considera que Haftar está num combate decisivo contra o terrorismo islamita e contra o regime da Irmandade Muçulmana instalado em Tripoli (referência ao GNA).

No pântano que está criado na Líbia, a União Europeia – como sempre – diz que está preocupada e os Estados Unidos parece que não sabem o que fazer. Os Estados Unidos poderão sentir necessidade de estancar ambições turcas e russas na região e dá para desconfiar que, se alguma posição for tomada – há uma iniciativa do Egipto que aponta para um cessar-fogo – Washington terá em conta os efeitos que isso provocará nas eleições presidenciais já no final do ano. Donald Trump pode vir a precisar de uma guerra. Quem sabe se será a da Líbia.

PS – será importante para melhor perceber a guerra na Líbia, ver as companhias petrolíferas com interesses no país e também o fluxo de venda de armas de e para os países envolvidos.


Pinhal Novo, 14 de Junho de 2020
josé manuel rosendo

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Não podemos esquecer a Síria

Deslocados sírios com os haveres que conseguem transportar, em Hazano, próximo de Idlib. Fotografia publicada na Al Jazeera a 12 de Fevereiro, da autoria de Khalil Ashawi/Reuters

Sim, apenas falar e escrever não chega, mas é o que podemos fazer. Não deixar esquecer o que está a acontecer na Síria. Nunca é demais falarmos do que por lá se está a passar, que é tanto, e do pouco que vamos conseguindo saber. É tempo demais em guerra e sofrimento. Por estes dias faz frio na Síria. Faz ainda mais frio para quem tem de fugir com os filhos pela mão e os haveres como puder ser. Aliás, falamos tão pouco de uma tragédia há muito anunciada que até parece que é assim uma coisa que não nos toca e algo impossível de evitar. Podemos não ter o poder de mudar o que está a acontecer na Síria, mas temos pelo menos o dever e o poder de não deixar que a tragédia dê passos largos sem lhe tentarmos pregar uma valente rasteira.

Já são poucas as palavras/adjectivos ainda por usar para descrever a tragédia. As imagens que nos vão chegando, que mostram pessoas em fuga sem saberem para onde, são as imagens que traduzem a nossa falha colectiva. Nem as Nações Unidas lhes conseguem valer. Todos deixam alertas e fazem declarações fortes. António Guterres (secretário-geral da ONU), o enviado especial para a Síria, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros... até o Papa... todos dizem que a guerra tem de parar. Mas não para.

A chamada “real politik” prevalece sempre. Faz tábua rasa dos Direitos Humanos e da Lei Internacional. E ninguém é punido.

O “imperador turco” envia tropas para a Síria e acha que tem esse direito. Diz que é para criar uma zona de segurança que afaste da fronteira turca os “terroristas” curdos e ameaça uma forte ofensiva se os “donos da casa” atacarem os militares turcos; o “czar russo” tem o porto de águas quentes e uma base aérea em território sírio, volta a marcar presença no Médio Oriente e apoia o aliado de Damasco, faça ele o que fizer; e o Presidente sírio, sem querer saber de estar a matar o próprio povo, faz avançar os blindados e a artilharia, porque acha que a Síria tem de ser dele, custe o que custar. Como se nada disso bastasse, Israel bombardeia alvos na Síria, parecendo que está numa carreira de tiro, treinado quando lhe apetece. Ninguém diz nada. Todos dizem lutar contra o terrorismo. Obviamente, não podem estar todos a dizer a verdade, ou será que são todos terroristas? É assim que estamos.

Pelo meio morrem pessoas, muitas pessoas. Desde o início de Dezembro do ano passado, cerca de 900.000 pessoas fugiram dos locais onde viviam. A maior parte dirige-se à fronteira com a Turquia. A fronteira está fechada e a ONU já pediu que seja aberta, mas não foi. Uma ONG síria denunciou que os guarda de fronteira turcos já mataram e feriram pessoas que tentaram passar o muro de betão.

Até agora as referências neste texto são todas relativas a Idlib (Noroeste da Síria), mas na região nordeste (em direcção ao Iraque), zona curda, as Nações Unidas estimam que 1,9 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária. Toda esta zona está em profunda instabilidade: há forças do regime sírio, turcos e russos fazem patrulhas conjuntas, os curdos dominam algumas áreas. Um ponto fronteiriço de passagem para o Iraque foi encerrado e António Guterres recomenda agora que seja aberto um ponto de passagem na fronteira com a Turquia de modo a fazer chegar ajuda humanitária à população deslocada, mas até agora não há uma decisão nesse sentido. É também nesta região que estão os campos que albergam combatentes do Estado Islâmico e famílias.

A diferença entre tomar decisões a tempo ou esperar o momento que cada uma das partes envolvidas considera o melhor é que, entretanto, morrem pessoas. Para a “real politik” isso pouco ou nada conta.

O Presidente turco, Erdogan, chegou a anunciar uma Cimeira para 5 de Março. Rússia, Turquia, Alemanha e França, iriam discutir a situação em Idlib. O chede da diplomacia russa, Lavrov, disse depois que um cessar-fogo em Idlib seria uma capitualação face aos "terroristas". Mesmo que venha a haver cimeira, faltam quase duas semanas e até lá as pessoas vão continuar a morrer. Já todos percebemos que nada vai mudar até que Idlib seja tomada pelas forças do regime sírio, nem que para isso tenha de ser arrasada.

Pinhal Novo, 25 de Fevereiro de 2020
josé manuel rosendo

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Iémen, cada vez pior...

-->
 
Manifestação de apoio ao Movimento Separatista do Sul. A bandeira em primeiro plano é a dos separatistas, a mesma da República Democrática Popular do Iémen (1967-1990). Créditos da fotografia: en.adenpress.news
Estava confusa a situação no Yemen? Sim, é verdade, mas ficou um pouco pior. O “xadrez” da guerra ganhou novos contornos com a desavença entre parceiros da coligação que combate os Houthi. Há muito se falava dos diferentes interesses dos dois principais parceiros de coligação, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU), mas agora esse antagonismo ficou evidente quando o Movimento Separatista do Sul avançou para o controlo da cidade de Aden, onde está o Governo do Presidente Hadi, reconhecido internacionalmente. Separatistas (com o apoio dos EAU) e tropas governamentais envolveram-se em violentos combates e os separatistas conseguiram o controlo da cidade. A Arábia Saudita reafirmou apoio ao Governo do Presidente Hadi.


Não se sabe como vai terminar esta guerra dentro da guerra, mas o Movimento Separatista pretende regressar à fórmula Iémen do Norte/Iémen do Sul – e até já tem o Conselho de Transição do Sul – algo que os Emirados parecem aceitar e que a Arábia Saudita já disse que recusa. O apoio dos EAU aos separatistas foi ao ponto de lançarem ataques aéreos contra as forças governamentais quando estas tentaram reconquistar a cidade às forças do Movimento Separatista. A confusão é de tal ordem que as agências de notícias dão conta de manifestações de apoio aos separatistas, em Aden, com as pessoas a exibirem bandeiras do Movimento Separatista, dos EAU, mas também da Arábia Saudita, principal apoiante do Governo que os separatistas agora combatem.

O Governo do Presidente Hadi recusa dialogar com os separatistas acusando-os de serem apenas um instrumento dos EUA que, por sua vez, pretendem dividir o Iémen. Apesar das acusações, o Governo diz que só aceita negociar com os EAU. Desde Junho que os EAU reduziram a presença militar no Iémen, mas a influência mantém-se através dos milhares de combatentes do Movimento Separatista, armados e treinados pelos EAU.

Os Estados Unidos anunciaram pela primeira vez que estão envolvidos em negociações com os Houthi. Não se sabe como nem onde, mas fontes ligadas ao processo e citadas pelo Wall Street Journal disseram que pode ser no Sultanato de Omã. Não seria a primeira vez que Omã serve de mediador já que Barack Obama também recorreu ao Sultanato quando iniciou as conversações que terminaram no Acordo Nuclear com o Irão, assinado em 2015.

Por agora, Arábia Saudita e EAU dizem que a coligação está unida e permanece forte no objectivo de combater os Houthi. Certo é que Sanaa foi tomada pelos Houthi em 2014 e desde então a coligação poucos ganhos tem conseguido, sendo que os Houthi mantêm a Arábia Saudita na linha de fogo com ataques frequentes a território saudita.

Os peritos da ONU referiram-se recentemente a um grande número de crimes de guerra cometidos no Iémen e para resumirem a questão acrescentaram que nesta guerra ninguém tem as mãos limpas. A lista de nomes que podem vir a ser acusados – no caso de haver um tribunal para a guerra no Iémen – é extensa, mas permanece confidencial. A lista de crimes é igualmente extensa: de ataques indiscriminados contra populações civis, à utilização da fome como arma de guerra, passando por tortura e violações. O relatório vai ser conhecido na totalidade quando for apresentado, esta terça-feira, 10 de Setembro, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O mesmo grupo de peritos alerta a comunidade internacional para se abster de fornecer armas que possam ser utilizadas na guerra no Iémen e adverte para a eventual ilegalidade das vendas de armamento feitas pela França, Reino Unido, Estados Unidos e outros Estados. Os peritos dizem que a legalidade da venda de armas é discutível e os Estados podem vir a ser responsabilizados por violação do Direito Internacional se a cumplicidade ficar provada.

O Iémen continua a precisar de grande ajuda externa e o Plano de Resposta Humanitária 2019 requer cerca de 3 mil e 800 milhões de euros para prestar assistência a mais de 20 milhões de pessoas, mas o financiamento conseguido ainda não chega aos 40%.

Pinhal Novo, 9 de Setembro de 2019
josé manuel rosendo


segunda-feira, 26 de março de 2018

O que vai dizer o Ocidente sobre as eleições presidenciais no Egipto?


No momento em que termino este texto faltam poucas horas para os egípcios começarem a votar nas eleições presidenciais: 26, 27 e 28 de Março, são os dias da primeira volta – sendo certo que não haverá segunda. São eleições onde não há lugar para a surpresa: Abdel Fatah al Sissi é o vencedor anunciado. Al Sissi não é o único candidato, mas o seu único adversário (Moussa Mostafa Moussa) é, simultaneamente, seu fervoroso apoiante, tendo feito campanha por al Sissi até apresentar a própria candidatura no último minuto do prazo.

Todos os outros putativos candidatos foram presos ou “desencorajados” com destaque para o General Sami Anan, antigo chefe do Estado-Maior, que foi preso poucas horas depois de anunciar a intenção de se candidatar, sob acusação de ter violado a Lei militar; Ahmed Shafiq foi levado para um hotel, quando regressou do exílio nos Emirados Árabes, e lá ficou até declarar que retirava a candidatura; Mohammed Anwar Sadat, sobrinho do antigo Presidente Anwar al Sadat, desistiu; Abdel Aboul Fotouh, antigo membro da Irmandade Muçulmana, foi preso. A Irmandade Muçulmana está desarticulada e os militantes liberais ou de esquerda estão presos ou calados com medo. Quanto a candidatos é isto.

O actual homem-forte do Egipto, Abdel Fatah al Sissi liderou o golpe militar que afastou Mohammed Morsi, o primeiro civil eleito democraticamente – democraticamente, de facto, com vários candidatos e até com uma segunda volta em que derrotou Ahmed Shafiq, o último Primeiro-Ministro de Hosni Moubarak – e depois venceu as presidenciais de 2014 com 96,9% dos votos. A votação por estes dias não deverá ser diferente e todos sabemos o que significam resultados deste género.

Os egípcios enfrentam uma forte crise económica e apesar de muitos falarem em recuperação, a tormenta continua com quase 30 milhões de pessoas na pobreza e números de desemprego impressionantes. Quatro anos após a Irmandade Muçulmana ter sido afastada do poder, o Egipto recebeu (em 2017) 8,3 milhões de turistas, quando em 2010 (ainda com Hosni Moubarak) tinha recebido 14,7 milhões.

A alegada segurança de que Al Sissi é o guardião no Egipto parece ser o valor maior para um Ocidente que recusa olhar para a tenebrosa situação em matéria de direitos humanos. “Há uma repressão sem precedentes e muito pior do que no tempo de Moubarak. Assemelha-se à situação na Síria com Hafez al Assad (pai de Bashar al Assad), diz Amr Magdi, investigador da Human Rights Watch para o Médio Oriente.

Na sequência do golpe militar que derrubou Mohammed Morsi, a Irmandade Muçulmana foi considerada “organização terrorista” e centenas de apoiantes foram condenados à morte ou a prisão perpétua, entre eles o próprio Mohammed Morsi e também o guia espiritual Mohammed Badie. Algumas destas penas foram, entretanto, revistas. Muitos dos que participaram na revolta que derrubou Hosni Moubarak estão também atrás das grades com penas de prisão perpétua; as Organizações Não Governamentais trabalham sob controlo apertadíssimo; os órgãos de informação estão mais do que controlados, há centenas de páginas de Internet bloqueadas e o Egipto está em 161º lugar entre 180 países na classificação dos Repórteres sem Fronteiras.

Al Sissi foi à televisão deixar um aviso claro aos jornalistas: qualquer “insulto” ao exército ou à polícia será considerado difamação do país e alta traição.

O Egipto continua a receber uma enorme ajuda militar dos Estados Unidos e, em 2015, acertou com a França a compra de aviões caça por 6 mil milhões de Euros. Tal como Kadhafi ameaçou com a abertura de fronteiras para deixar passar africanos que pretendiam chegar à Europa, al Sissi também disse que se o Egipto não controlar as fronteiras quem vai sofrer é a Europa. O aviso é simples: ou Al Sissi continua no poder ou o Egipto mergulha no caos e a Europa paga a factura.

Al Sissi tem sido recebido por vários líderes ocidentais, e também os tem recebido no Cairo. Já vimos este “filme” com outros líderes (basta lembrar Kadhafi) que caíram em desgraça. Sabemos como vai acabar.

Por agora, Al Sissi terá o apoio genuíno de grande parte do aparelho do exército e das forças de segurança, precisamente aqueles que apoiavam Moubarak. Terá também o apoio dos cristãos coptas, embora nem todos. Tal como como os Assad ou até Saddam Husseín, Al Sissi joga a cartada de uma alegada protecção das minorias religiosas. E, certamente, terá o apoio dos que privilegiam a segurança aceitando fechar os olhos aos atropelos a direitos fundamentais e submetendo-se ao silêncio perante um todo poderoso poder político.

Recordo-me de estar no Cairo em plena revolta, com Hosni Moubarak, teimoso, ainda agarrado ao poder. As ruas e a Praça Tahrir fervilhavam com gritos de “o povo quer a queda do Raïs”, mas a televisão do Estado mostrava, certamente com imagens gravadas, as margens nocturnas de um Nilo em noites tranquilas onde nada acontecia.

Tal como em relação ao Rio Nilo sabemos onde é a foz mas não temos certezas quanto ao local da nascente, também sabemos qual vai ser o resultado das eleições presidenciais, embora ainda se discuta a verdadeira origem da revolta que derrubou Hosni Moubarak e criou condições para a ascensão de Abdel Fatah al Sissi. O Nilo continua a correr e Al Sissi vai continuar no poder.

Pinhal Novo, 26 de Março de 2018
-->
josé manuel rosendo